quinta-feira, 11 de maio de 2006

Vidas esquecidas

Fonte: Sistema Nacional de Auditoria (SNA) http://sna.saude.gov.br/?id=2919

A falta de investimento por parte da indústria farmacêutica na pesquisa de doenças tropicais, como malária, leishmaniose e doença de Chagas, impede que 35 mil vidas sejam salvas por dia. Essas enfermidades negligenciadas atingem principalmente habitantes de países pobres, que não representam um mercado rentável para a venda de medicamentos adequados. Na tentativa de mudar esse quadro, os governos brasileiro e queniano elaboraram uma proposta de resolução à Organização Mundial da Saúde (OMS) a ser votada na assembléia mundial da instituição, em maio. A idéia é criar um fundo permanente de financiamento para o estudo dessas doenças. O tema será discutido hoje por representantes de institutos de pesquisas internacionais em reunião no Rio de Janeiro.

"Hoje, as doenças que acometem 10% da população são as que recebem 90% dos investimentos. Nós fazemos um apelo humanitário para os ministros da Saúde e representantes desses países para que eles tenham um compromisso com o destino de milhares de pessoas, com o destino da humanidade", afirmou o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, ao Correio. Não há um número certo de doenças negligenciadas. As mais conhecidas são a leishmaniose, doença do sono, malária, doença de Chagas, dengue, esquistossomose e tuberculose. Para muitas delas, só existem paliativos ou tratamentos muito antigos. "Quando há medicamentos disponíveis, ou eles são extremamente tóxicos, ou de difícil utilização, ou então são muito caros", explicou o diretor-presidente da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), Bernard Pécoul.

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Estava eu hoje o dia todo estudando sobre protozoários e, quando fui estudar sobre a malária, me deparei com esse absurdo. No livro, diz-se que cerca de 45.000 pessoas morrem por ano dessa doença. Isso me assustou demais. Quero dizer, é ímpossível que, com uma pesquisa eficiente e bem fundada, não se descubra a cura para essa e muitas outras doenças. É claro que existem doenças cuja cura ainda parece estar longe de nosso alcance, como a AIDS, mas é um caso completamente diferente. O vírus da AIDS é altamente mutável, por isso resiste aos tratamentos anti-virais convencionais. Já a malária é causada por um protozoário, e ainda depende de um mosquito para ser transmitida. Se eliminar o protozoário for realmente difícil, eliminar o mosquito certamente não seria. O que nos falta, senhoras e senhores, é o investimento adequado das partes responsáveis e o interesse para combater essas doenças. Infelizmente, não parece ser do imediato interesse dos países ditos "desenvolvidos" que a população das nações menos providas financeiramente deixe de falecer.

Como diz o célebre Bóris Casoy:

Isto
é
uma
pouca

vergonha.

-Ouvindo: Farin Urlaub - OK

2 comentários:

Undead disse...

potz ... achei q vc tinha ido dormir ...

ae vim fazer um post, quando fui ver, ué?! dois posts em um?!

haeuhauaue

flw

CassiO disse...

eu escrevi enquanto falávamos.. hehe