BIO'N'ROLL
O seu informativo biológico!

MACONHA

E quem nunca falou ou ouviu falar que biólogo é tudo chapado, é ferrado numa verdinha, adora um baseado, estuda botânica só pra aprender a cultivar Cannabis, etc?

Pois bem, pra honrar a fama, quem melhor pra falar um pouco mais sobre o cigarrinho do capeta do que um wannabe biólogo? (Se bem que por experiência própria eu diria que alguém de Psico seria melhor, mas enfim..) Comentários pessoais entre parênteses ;)

A utilização da maconha (Cannabis sativa) é mais antiga do que se pensa. O uso generalizado da maconha parece datar do Neolítico, existindo evidências de seu emprego freqüente em rituais xamânicos no nordeste asiático (imagino um cavernoso puxando um hehehe). O seu uso atual foi originalmente difundido por dentre camadas mais elitizadas da sociedade (aka filósofos, físicos, literatas, músicos, etc), para só então chegar à ampla distribuição em que se encontra atualmente (aka "os mano").

É um tanto quanto complicado compararmos o consumo de maconha com o de cigarro pois, embora a semelhança no ato de fumar (errr), as conseqüências de ambos são diferentes. Os efeitos nocivos apresentados pelo cigarro, tal como câncer e enfisema, dificilmente seriam causados pelo consumo de maconha, vez que, diferentemente do cigarro onde um usuário pode chegar a fumar 30 deles num dia (tia Gorete), mesmo para o mais pesado usuário de maconha essa meta seria quase impossível (vai por mim, não dá mesmo). Porém, os efeitos maléficos da maconha são diferentes dos do cigarro:

Efeitos biológicos imediatos: avermelhamento dos olhos, aumento do apetite, ressecamento da boca, aceleração dos batimentos cardíacos. Todos esses efeitos são acompanhados por efeitos psicológicos como aumento da sensibilidade aos estímulos externos, percepção do tempo mais lento que o normal, prejuízo na memória de curto prazo, na amplitude da atenção, na capacidade de recordação, de reter conhecimento e nas capacidades motoras.

Traduzindo: tu fica mucho loco, hermano!

Efeitos biológicos a longo prazo: Tem sido muito estudado os prejuízos permanentes que a maconha pode causar após o uso pesado durante muito tempo, quinze anos, por exemplo (Margarida, minha filha!). Os achados não são conclusivos; não se pôde por enquanto confirmar nem descartar efeitos como a síndrome amotivacional (muito diagnosticada também dentre habitantes da Bahia e proximidades, por isso das dúvidas). Os testes neuropsicológicos não puderam detectar prejuízos assim como os testes de imagens também não. A ausência de alterações nos exames não pode ser considerada como ausência de prejuízo. Pode ser que não haja nenhum, o que é pouco provável, pode ser que só aconteça numa parte dos usuários, ou pode ser que nossos instrumentos e técnicas de pesquisa ainda não sejam capazes de localizar o problema (sei sei sei). Sabemos que o cérebro de uma pessoa com profundo retardo mental é absolutamente normal sob todos os exames de imagem e histopatológicos, mas é evidente que essa normalidade não corresponde à realidade dessas pessoas severamente afetadas pelo retardo (já dizia o velho Joe Montana: nunca acredite num exame histopatológico! "cuspida").

Segundo o www.psicosite.com.br (eu disse que era coisa de psico), as principais motivações para se usar maconha são:

Relaxar: 96,8%
Curtir os efeitos: 90,7%
Melhorar o desempenho na prática de jogos, esportes e música: 72,8%
Superar aborrecimentos: 70,1%
Ajudar a dormir: 69,6%
Sentir-se melhor: 69,0%

Mas nem só de dores vivem os pobres usuários, não senhor. Não desamparados eles estão, pois sim, há efeitos benéficos do uso de maconha!

O delta 9 tetrahidrocanabinol (um bom nome pra filho homem ein?!), princípio ativo da maconha, vem sendo ultimamente defendido para uso no controle da dor crônica e do enjôo causado por tratamentos para câncer (imagino o que um boost psicológico faz num cara que acha que vai morrer) (ah, essa é pras gurias: me disseram que é muito bom pra cólica, sério mesmo). Porém, como tudo que se preze é somente comprovado atravéz de experimentos científicos, é conclusivo que a maconha não tem benefícios adicionais quém dos presentes nos medicamentos atuais e, como sua implantação para tal finalidade não produziria redução de custos nos tratamentos, é totalmente inviável a utilização legal da maconha para tais fins (quer o quê? não dá grana, tá fora mermão!)

É isso aí, decida-se tu mesmo se tá afim de dar uma puxadinha. Por enquanto, eu tô de boa hehehe.


Fontes: www.psicosite.com.br ,
http://scholar.google.com/url?sa=U&q=http://www.neip.info/downloads/t_edw4.pdf ,
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v27n1/23704.pdf.

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Ouvindo: Weezer - Burndt Jamb (há muito o que se divagar sobre essa letra hehehe)